domingo, 13 de julho de 2014

creepypasta: eyeless jack


na postagem de hoje, vou colocar no blog uma das mais conhecidas creepypastas de sempre, eyeless jack. encontrei-a num site brasileiro e vou adaptar os termos e expressões para o português de portugal:

Olá, o meu nome é Mitch, e a história que vos vou contar ainda assombra minha mente e faz-me repassar repetidamente os fatos procurando um sentido, uma resposta, um porquê.

Eu tinha acabado de terminar um relacionamento e estava extremamente mal, com tudo isso, acabei por perder o meu emprego e tudo foi ficando cada vez pior. Comecei a beber e muito, estava sempre em bares e quase todas as noites ali estava eu, a cambalear pelas ruas e acabava por dormir num lugar qualquer. Por diversas vezes, eu fui parar no hospital por excesso de álcool, na minha ficha tinha colocado meu irmão Edwin como contacto numa emergência, claro que, depois de isso praticamente virar rotina ele acabou por me fazer ir morar com ele por um tempo até as coisas melhorarem. Eu concordei, sabia que seria bom para mim e eu eventualmente sairia daquela fossa. Estava tudo a ir bem e eu estava otimista com meu futuro e ter Edwin perto de mim me fazia bem, eu amava tê-lo por perto.

A partir da segunda semana coisas estranhas começaram a acontecer. Constantemente eu era acordado de madrugada por barulhos vindo de fora, a principio acreditava ser apenas um guaxinim ou algo assim então eu ignorava. Depois que isso se repetiu por toda aquela semana, decidi falar com Edwin sobre isso, mas estranhamente, segundo ele, não existiam guaxinins na região. Eu comecei a estranhar e a ficar com uma certa curiosidade e medo, porém fui para o mais sensato e cheguei a conclusão de que era qualquer outro animal e eu estava apenas a exagerar. Isso continuou por mais alguns dias até que numa noite eu pensei ter ouvido minha janela abrindo e um estrondo, como se alguma coisa tivesse entrado no meu quarto. Levantei-me abruptamente e olhei em volta, mas não havia nada.

Na manhã seguinte, Edwin largou a xícara de café quando me viu. Ele ergueu um espelho que estava por perto e eu vi-me. Eu tinha um corte enorme na minha bochecha esquerda, e estava tão confuso como Edwin, não conseguia chegar a uma conclusão do porquê disso.  Acabei por ser levado para o hospital para levar pontos e depois de alguns exames o médico chegou e disse que eu devia ser sonâmbulo, “Claro” pensei, fazia sentido, mas o meu momento de alivio durou pouco pois logo em seguida ele me mostrou algo que fez o meu sangue esfriar. Minha camisa foi levantada e pude ver um corte enorme na região onde ficam os rins. Os meus olhos arregalaram. “Você de alguma forma perdeu o seu rim esquerdo na noite passada. Nós não sabemos como. Desculpe, Mitch.” Disse ele.

Eu não conseguia entender, era tudo tão confuso, como é que eu perder o meu rim? Eu preferi acreditar que era tudo um sonho e que eventualmente isso tudo iria acabar, porém o que estava prestes a acontecer era demais para a minha sanidade. Era cerca de meia-noite, quando acordei para ver uma visão verdadeiramente horrível. Eu estava cara a cara com uma criatura que usava um capuz preto e máscara azul escura, sem nariz ou boca, a olhar para mim, a pior parte, a coisa que fez meu estomâgo enrolar e me fazer suar frio era o fato de que ela não tinha olhos, apenas vazias órbitas negras, era como se todo o mal estivesse naquela escuridão, e ela encarava-me. Eu queria gritar mas não conseguia, o meu corpo estava completamente gélido, era tudo muito real para ser um sonho. Eu não sei porque decidi fazer isso mas rapidamente peguei na câmera que estava do lado na minha cabeceira e tirei uma foto, qualquer que seja aquela coisa, se fosse real e eu sobrevivesse iria querer ter alguma prova de que isso realmente aconteceu, e que eu não estava a perder a cabeça. Assim que soltou o flash a criatura pulou em mim e pressionou uma de suas mãos na minha cara como se tentasse afogar-me, e então ele começou a arranhar meu peito, a rasgar minha camiseta e depois minha pele, fazendo de tudo para chegar aos meus pulmões. Neste momento eu percebi, era real, era tudo real e era ele, ele quem pegara meu rim.

A partir daí comecei a lutar pela minha vida, chutei as minhas pernas freneticamente até ele perder o controle e cair da cama. Levantei e corri o mais rápido que pude em direção da porta, enquanto pelo canto do olho, já no corredor, vi Edwin a tentar entender o que estava a acontecer. Como eu queria ter parado e o avisado, levado ele comigo, mas eu estava aflito, não conseguia pensar, só conseguia correr. Finalmente sai da casa e corri, corri até não poder mais, corri até os meus pulmões não aguentarem, corri até as minhas pernas começarem a doer, até eu acabar por cair no chão vencido pelo cansaço. Eu não sei o que houve mas acabei por desmaiar ali.

Acordei no hospital, e pensei “ah, graças a Deus, foi tudo um sonho, eu estava aqui o tempo todo”, como eu queria poder terminar esta história aqui, e tudo ter sido apenas um sonho, e que eu estava apenas internado no hospital, mas infelizmente, esta não é uma dessas histórias. O médico entrou no quarto. O mesmo que me tratava quando chegava bêbado e o que me tratara quando tive o corte na bochecha

“Vejo que você acordou” ele começou. “Bom, você teve ferimentos leves, mas por precaução vamos mantê-lo aqui por mais 2 dias, depois seus pais virão buscá-lo.”

“Como assim ferimentos leves?” perguntei. até onde eu sei eu estava ali o tempo inteiro, provavelmente num coma alcoólico.

“Você não se lembra? Você foi encontrado inconsciente no meio da estrada a 5 km de sua casa”

Então era real, era tudo real, meu irmão ele…

“Onde está o meu irmão?” gritei, com meus olhos já cheios de lágrimas.

“Ele… Ele morreu Edwin. Quando o acharam, foram para a casa dele para saber o que aconteceu e encontram-no caído no corredor, ninguém sabe o que aconteceu. Mitch eu… eu sinto muito.”

Dois dias depois meus pais vieram buscar-me e levaram-me de volta para a casa de Edwin para recolher os meus pertences restantes. Ao entrar no meu quarto, eu estava com medo, mas mantive a calma. Peguei a minha câmera então parei. No corredor que leva para o meu quarto, eu vi o corpo de Edwin e algo pequeno deitado ao lado dele. Quando fui até ele vi essa imagem que ficará a me assombrar para sempre, os olhos do Edwin, eles tinham sido arrancados e não havia nada além de grandes órbitas negras, eu fiz o máximo que pude para ignorar isso e peguei na coisa pequena e corri para o lado de fora e entrei no carro do meu pai, não consegui falar nada. Olhei para a coisa que eu tinha pegado e quase vomitei. Eu estava a segurar o meu rim roubado, meio comido com os olhos do Edwin enfiados nele.

adaptado de: minilua

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