Antigamente, acreditava-se que, se uma pessoa morresse e os seus olhos ficassem abertos, ela estaria à procura de alguém para levar consigo para o seu destino final. Normalmente, a pessoa a ser escolhida é um membro da família. Para impedir que algo de terrível acontecesse, os britânicos, que acreditavam nesta lenda, costumavam fechar os olhos das pessoas mortas e punham duas moedas nas pálpebras, para evitar que estes se abrissem de novo. Na mitologia grega, uma moeda era colocada na boca do morto para pagar ao barqueiro que lhe levaria a alma através do rio, semelhante ao "Auto da Barca do Inferno", de Gil Vicente.
Julgava-se também que, quando uma pessoa morresse e os seus olhos ficassem abertos, significava que os espíritos malignos não iriam deixar a alma descansar em paz ou que o falecido partiu insatisfeito. Numa pequena aldeia no nordeste da Namíbia, ocorreu algo assustador: um cadáver aterrorizou o seu próprio funeral, porque os seus olhos não fechavam. O homem falecido tinha cerca de 80 anos e teve uma doença longa e dolorosa, antes de finalmente morrer. Quando os seus familiares se reuniram no necrotério, para preparar o corpo para o funeral, eles ficaram chocados ao reparar que os olhos do morto piscavam muitas vezes. Graças a isso, tiveram de pedir ajuda a um curandeiro local e então, decidiram enterrar o homem num cobertor e não num caixão.
Adaptado de: minilua
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