sexta-feira, 27 de março de 2015

O massacre de Blacksburg


Também conhecido como "o massacre de Virginia Tech", este assassinato em massa ocorreu a 16 de Abril de 2007 na Universidade Virginia Tech, em Blacksburg, onde morreram 33 pessoas. O estudante sul-coreano Cho Seung-Hiu, de 23 anos, matou 32 pessoas (colegas e professores), antes de se suicidar. A Universidade foi multada em 55000 doláres (aproximadamente 51000€) por não ter alertado os estudantes a tempo de que estava uma pessoa armada dentro da área.

Tudo começou às 7:15 horas da manhã, quando Cho, um aluno de Letras, se dirigu a um dos alojamentos de estudantes, West Ambler Johnston Residence Hall e matou duas pessoas. A polícia e a equipa de resgate chegaram à zona do crime rapidamente e encontraram duas vítimas baleadas: um homem e uma mulher. Apesar disto, as aulas não foram suspensas. O autor do crime conseguiu fugir do local, o que levou as autoridades a pensar que ele já tinha abandonado a universidade. No entanto, o estudante voltou a agir duas horas depois, no edifício da faculdade de engenharia Norris Hall, que fica a cerca de 800 metros do local onde cometeu o primeiro crime. Neste segundo ataque, matou, indiscriminadamente, 30 pessoas.
Aí, por volta das 8:26 horas, a direção da universidade decidiu enviar e-mails aos alunos, professores e funcionários, para informar que tinha ocorrido um assassinato no West Ambler Johnston Residence Hall e para avisar as autoridades no caso de detetarem qualquer atividade suspeita. Às 9:45 horas, a polícia recebeu uma informação de emergência que alegava que teriam ocorrido disparos no edifício Norris Hall. Os polícias foram até ao local, mas encontraram as portas trancadas pelo lado de dentro. Tiveram de as derrubar e viram vários alunos mortos e baleados. Cho, o autor do crime, já estava morto, com um tiro na cabeça. Não houve, em nenhum momento, contato entre Cho e as autoridades.


Após o crime, vários pais dos alunos da universidade acusaram a direção da mesma de negligência, porque o e-mail apenas informava sobre o acontecimento e não sobre as instruções a seguir (se os alunos deveriam permanecer ou não na universidade). O diretor da universidade, Charles Steger, explicou que a ideia de ter enviado os primeiros e-mails era uma forma de avisar os estudantes que já estavam no prédio. A direção afirmou que acreditava que a situação já estava controlada e o caso encerrado após as duas primeiras mortes.

Cho enviou uma correspondência ao departamento de jornalismo da emissora NBC, mais de quarenta minutos depois de matar as duas pessoas no seu primeiro ataque. Nessa correspondência, havia um pacote com 23 vídeos curtos em que Cho falava diretamente à câmera. Nas imagens, ele não mencionava nomes, mas discursava sobre a religião e o seu ódio à riqueza. O pacote também continha fotografias e um CD-Rom com vídeos e mais de cem linhas de texto do manifesto. Num dos seus vídeos ele disse o seguinte:

"Vocês tiveram 100 bilhões de chances de evitar este dia, mas decidiram derramar o meu sangue. Vocês encurralaram-me e só me deixaram uma opção. A decisão foi vossa. Agora vocês têm sangue nas vossas mãos e nunca vão conseguir limpá-las."


Cho Seung-Hui nasceu a 18 de Janeiro de 1984, na cidade sul-coreana de Seul. Cho chegou aos Estados Unidos com 8 anos, junto com sua família. Enquanto andava no ensino médio, ele foi diagnosticado com um grave transtorno de ansiedade conhecido como mutismo seletivo, bem como o transtorno depressivo maior. Depois deste diagnóstico, ele começou a receber tratamento e apoio à educação especial até seu penúltimo ano do ensino médio. Durante os últimos dois anos de Cho na Virginia Tech, vários episódios demonstraram seu comportamento anormal, bem como os textos escritos que apresentava, que continha referências diretas à violência. Tal comportamento causou preocupação entre os professores e colegas.
Alguns membros da família de Cho, tinham preocupações sobre o seu comportamento durante a sua infância. Alguns já achavam que ele possuía algum género de doença mental. De acordo com o tio de Cho, também chamado Cho, "ele não falava muito e não se misturava com outras crianças". A tia-avó materna de Cho, Kim Yang-Soon, descreveu Cho como "frio" o que já preocupava a família desde a juventude. De acordo com Yang-Soon,  Cho era extremamente tímido e "simplesmente nunca dizia nada." O seu avô relatou que Cho nunca o olhou nos olhos, nunca o chamou de avô, e nunca demonstrou interesse em abraçá-lo.
De um outro ponto de vista, ele era considerado como bem comportado e que recebia bem ordens e sugestões.

Nomes das vítimas do massacre:
Ross Abdallah Alameddine, 20 anos;
Christopher James "Jamie" Bishop, 35 anos;
Brian Bluhm, 25 anos;
Ryan Clark, 22 anos;
Austin Cloyd, 18 anos;
Jocelyne Couture-Nowak, instrutora de Francês;
Peruvian student Daniel Perez Cueva, 21 anos;
Prof. Kevin Granata, 46 anos;
Mathew Gregory Gwaltney, 24 anos;
Caitlin Hammaren, 19 anos;
Jeremy Herbstritt, 27 anos;
Rachael Elizabeth Hill 18 anos;
Emily Jane Hilscher, 19 anos;
Jarrett Lane, 22 anos;
Matt La Porte;
Henry J. Lee;
Prof. Liviu Librescu, 76 anos;
Prof. G.V. Loganathan, 51 anos;
Partahi Lumbantoruan, 34 anos;
Lauren McCain, 20 anos;
Daniel O'Neil, 22 anos;
Juan Ortiz, 26 anos;
Minal Panchal, 26 anos;
Erin Peterson, 18 anos;
Michael Pohle, 23 anos;
Julia Pryde, 23 anos;
Mary Karen Read 19 anos;
Reema Samaha, 18 anos;
Waleed Mohammed Shaalan, 32 anos;
Leslie Sherman;
Maxine Turner;
Nicole White, 20 anos.


Adaptado de: noiteinistra

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