sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015

John George Haigh: O vampiro de Londres


John George Haigh, também conhecido pela alcunha "Acid Bath Murderer" e "O vampiro de Londres", foi um serial killer inglês que começou as suas actividades macabras na década de 40. Ele foi condenado pelo assassinato de seis pessoas, embora ele tenha alegado que matou nove, dissolvendo os seus cadáveres em tanques com ácido sulflúrico antes de falsificar documentos e vender os bens dos falecidos. Durante as investigações, ficou evidente que Haigh mergulhou os corpos das vítimas em ácido, porque eles não foram encontrados, logo, uma condenação por homicídio não seria possível - isto pensou ele, mas estava enganado. As provas substanciais assim como a ausência dos cadáveres das vítimas eram suficientes para o condenar e executar, posteriormente.

Haigh nasceu a 24 de Julho de 1909, em Stamford. A família mudou-se para Outwook, em West Yorkshire, onde passou os próximos 24 anos da sua vida. Ele foi criado no seio de uma família fanaticamente religiosa. Por causa disso, chegou a afirmar, anos mais tarde, que teve uma infância triste e solitária. A sua única companhia eram os seus animais de estimação e um cão do vizinho. O seu pai até construiu uma cerca alta à volta da casa, para manter Haigh longe do "mundo lá fora". Os pais dele pertenciam a uma seita religiosa conhecida como Irmãos de Plymouth, que era purista e anticlerical. As histórias da Bíblia eram o único entretenimento para as pessoas, inclusive a prática de desporto era proibida. Durante a juventude, Haigh começou a exibir um comportamento estranho, chegando a mentir compulsivamente e a inventar qualquer tipo de história para se ver livre de qualquer situação compremetedora. Em 1934, parou de frequentar a igreja dos seus pais e casou-se com Beatrice Hammer, uma mulher de 21 anos de idade que ele mal conhecia. Mais tarde, ele foi condenado por fraude, mas começou a agir como um maluco, pois sabia que isso poderia ser usado para absolver a pena. Foi na prisão que ele começou a ter contato com o ácido sulfúrico. Experimentou o produto em ratos, para testar o seu efeito nos animais. Foi assim que ele pensou que esse produto poderia ajudar a eliminar corpos humanos.

Em 1943, Haigh saiu da prisão. Nesse mesmo ano, começou a trabalhar como contador numa empresa de engenharia. Mais tarde, encontrou-se com um colega, William Donald McSwan. McSwan apresentou-lhe os seus pais, William e Amy, que mencionaram que tinham investido na propriedade. Em 6 de Setembro de 1944, McSwan desapareceu. Haigh admitiu ter-lhe batido na cabeça e depois, colocou o seu corpo num tanque com ácido sulfúrico. Dois dias depois, ele deitou os restos para a sarjeta. Haigh disse aos pais de McSwan que ele tinha fugido para a Escócia para evitar ser chamado a cumprir serviços militares. Então Haigh assumiu a casa dos McSwan, enquanto William e Amy estranharam pelo seu filho não ter voltado, isto após o tempo de guerra. Então, a 2 de Julho de 1945, Haigh levou-os a Gloucester Road e aí, matou-os. Haigh ficou com os bens dos McSwan e vendeu algumas coisas, chegando a ganhar cerca de 300000€ com isto tudo. Nessa altura, mudou-se para o Tribunal Onslow Hotel em Kensington.


No Verão de 1947, Haigh começou a ficar sem dinheiro, mas surgiu-lhe outra oportunidade para lucrar. Rapidamente, encontrou outro casal para matar e roubar o seu dinheiro: Dr Archibald Henderson e sua esposa Rose.
Alugou uma pequena oficina em Leopold Road, Crawley. Em 12 de Fevereiro de 1948, ele procurou Henderson, sob o pretexto de lhe mostrar uma invenção. Quando o casal chegou ao local determinado, Haigh deu um tiro na cabeça de Henderson com um revólver que lhe tinha roubado. Então, chamou Rose para a oficina, afirmando que o seu marido tinha desmaiado e acabou também por lhe dar um tiro. Após a eliminação do casal em tanques de ácido, Haigh falsificou um documento que lhe concedia poderes jurídicos sobre os bens do casal, o que permitiu a sua venda. Acabou por vender todos os bens dos Henderson.


A próxima vítima foi Olive Durand-Deacon de 69 anos e viúva, que também residia no Tribunal Onslow Hotel. Haigh convidou-a para conhecer a sua oficina em Leopold Road, a 18 de Fevereiro de 1949. Após a sua chegada, levou um tiro na parte de trás da cabeça. As suas jóias e o seu casaco de cordeiro persa foram-lhe retirados e ela foi colocada dentro de um tanque com ácido. Dois dias depois, uma amiga de Olive, Constance Lane, informou o seu desaparecimento.
Os detectives que investigaram o desaparecimento de Olive suspeitaram logo de Haigh, que vivia no mesmo prédio que ela e além disso, já tinha um cadastro na polícia. As autoridades conseguiram um mandato para averiguar a casa de Haigh e encontraram um recibo da lavandaria relacionado com a lavagem do casaco de Olive, assim como documentos referentes à família McSwan e Henderson. Até foram encontradas partes do corpo de pessoas, espalhadas pela casa.


Depois destas descobertas, a polícia voltou a prender Haigh, que confessou que não só matou Olive, os Hendersons e os McSwan, mas também um rapaz chamado Max, uma rapariga de Eastbourne e uma mulher de Hammersmith. Depois da prisão, Haigh foi mantido sob custódia da cela 2 da delegacia da esquadra em Horsham até ao seu julgamento. O procurador geral, Sir Hartley Shawcross KC pediu ao juíz para rejeitar a defesa de Haigh que afirmava insanidade, alegando que ele agiu com malícia e os seus atos foram muito bem planeados, principalmente quanto à eliminação dos cadáveres.
Haigh foi condenado a morte na forca e esperou o seu castigo numa prisão de Wandsworth. Ele foi levado para a forca e enforcado pelo executor Albert Pierrepoint, em 10 de agosto de 1949.


Adaptado de: noitesinistra

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